18 de mar. de 2009

Quando era Natal...

Umas das recordações bem vagas que tenho é a do natal. Eu e meus irmãos escrevíamos todos os anos cartinhas para o papai Noel e não esquecíamos de colocar um sapatinho na janela. A ansiedade era muito grande, e a gente sonhava em pegar o papai Noel no flagra, bem na hora que ele estivesse colocando os presentes perto das nossas camas. Ao mesmo tempo, tínhamos medo do bom velhinho, com aquela barba branca. Lembro-me que quando tinha meus 6 ou 7 anos de idade, pedi uma bicicleta Monark branca e com cestinha. Era a sensação do momento. Minha irmã Marina pediu uma também igual à minha, porém na cor rosa. Na véspera do Natal todos iam dormir cedo pra chegar logo o outro dia e cada um pegar seu presente. No dia seguinte, às 7 horas minha mãe chegava correndo no quarto chamando. Como não dava pra colocar tudo no quarto, eu corria para a sala e lá estavam! Minha mãe falava que tinha ouvido papai Noel tirando uma telha pra entrar em casa.
Estávamos tão felizes que nem nos importávamos em tomar café. Todos corriam pra rua com suas bicicletas. E meus pais ficavam lá na porta de casa olhando, contentes com a nossa felicidade. Eu chamava minhas amigas e oferecia uma voltinha a elas. Elas também me mostravam seus presentes. E ficávamos lá, cada uma elogiando o presente da outra.
No dia que descobri que papai Noel não existia fiquei tão desiludida... Porque foi nele que eu acreditei e escrevi tantas cartinhas e descobri que ele nem existia para ler. Antes de descobrir quase peguei meus pais colocando os presentes lá na sala. Acordei e ouvi um barulho.
Falei:
-mãe, vai dormir, senão papai Noel te vê acordada e não traz os presentes...
Mas, enfim, o dia da descoberta chegou.
No natal passado meu pai perguntou a minha sobrinha de 3 aninhos o que ela ia pedir ao papai Noel de presente. Ela riu e respondeu:
-ah painho (ela chama meu pai de painho, não de vovô), eu sei que papai Noel não existe... Eu sei que é o senhor quem vai me dar a minha cabaninha de bolinhas!
Todos riram pasmados.
As crianças de hoje em dia não tem nem o prazer de viver certas fantasias que a infância traz. O que será que terão para contar quando estiverem adultos?

1 comentários:

danielteixeira disse...

Quando eu era criança era bonzinho o ano inteiro e pedia uma bicicleta. Sempre ganhei uma bola de plastico, apito, pipoca de saquinho, ou as vezes nada. E meus colegas que repetiam de ano, às vezes, saiam com uma bicicleta. Criei tanta raiva disso que hj meu filho, ganha presentes ótimos, porém sabe muito bem que quem dá sou eu, nenhum ser sobrenatural